Uma Casa!
Uma casa desconhecida, uma de muitas outras desconhecidas...; quiça, nunca antes tocada. Uma casa cujas paredes imaculadas contam segredos de outrora, falas silenciadas que escondem gritos abafados. Uma casa onde estou, despojado de minh'alma, onde me perco propositadamente para me encontrar, enfim, no meu corpo. Uma casa onde, a cada passo, descubro um pouco mais do mundo, um pouco mais de mim. Esta casa onde fico e te encontro, sentado numa poltrona, descansando. Fumas cachimbo e lês o jornal, de perna traçada olhas-me por cima do ombro, projectando a minha casa e imaginando um futuro que ainda estará por vir... Aproximo-me a medo, com medo de retirar toda a pureza e o mistério que envolvem esta casa.
Pergunto-te, baixinho, quem eras...respondes, sussurrando, sou eu, a tua casa, sou eu, TU, de ontem, de hoje e talvez o de amanhã...
E assim me tento apaixonar, por uma casa sem dono que me seduziu e a quem passei a pertencer. E assim tento Amar, casa desconhecida, nunca tocada, de contornos puros que escondem ditos e não ditos de gente que não pode dizer mais do 'sejam bem vindos à minha terra'.
Uma casa, ...
Às vezes, uma única vida não nos basta...