Livro devolvido à precedência com direito a mimo; além dos mimos de todos que o comentaram!
Obrigado
Já diz Valter Hugo Mãe: "O Paraíso são os Outros"; ninguém consegue ser feliz sozinho, nenhum Homem é uma ilha, todo o Ser precisa de outrém para ser feliz, para viver...
Hoje é um misto de nostalgia e tristeza, pois o meu livro percorreu centenas de km por este Portugal fora, andou em dezenas de casas, em dezenas de leitores (ok mais leitoras...) e termina este ciclo de km de páginas de leitura...
Obrigado a todos os participantes por partilharem um pouco do Seu paraíso comigo, em cada livro absorvi um pouco da vossa felicidade, do vosso paraíso!
Li porque sem a leitura deixamos de existir. Li porque sem a leitura somos apenas uma sombra de nós. Sombra muito frágil que desaparece à primeira e não muito esforçada oportunidade...
Li porque descobri um pouco de paraíso nos vossos livros!
Penso logo existo... Sinto logo existo... Leio logo existo!
Um ciclo se apaga outro irá começar, que venha a IV Edição.
Estranho sempre que escrevo num caderno novo… A sensação que as palavras, outrora impressas em cadernos cheios de borrões e páginas rasgadas, sejam extintas da memória de poeta adolescente que me acompanha. Receio também as páginas que decalco, milhares de linhas por preencher com pedaços de mim ou ilusões vividas em momentos vazios… Sobrevoando tudo isto, o medo de não ser a mesma pessoa quando a tinta permanente da minha caneta chegar à última página.
Dou por mim a envelhecer entre as minhas palavras… nos meus textos. Sem muito ter de escavar, encontro diários de guerra de um combatente que assistiu a todas as grandes guerras do meu mundo acinzentado. Entre cartas ensanguentadas e relatos de batalhas terminadas, encontro a mesma sensibilidade, a mesma forma de viver cada instante, que foi amadurecendo com os ferimentos e as lentas reabilitações.
“É o mesmo, de todas as noites frias, que vos escreve. Julgo que os confrontos já terminaram há algumas semanas, deixei de ouvir os gritos de dor em meu redor e de sentir o solo tremer a cada explosão. Daqui, do fundo da minha trincheira, vos digo que o Mundo parece mais assustador que as balas do inimigo.
Já estanquei as hemorragias, sinto-me capaz de voltar a andar, mas os pesadelos que todas as noites me visitam, trazem-me à memória as dores que passei… os dramas que vivi. Espero um dia sair deste cenário de destroços e dor, até lá, fortifico a trincheira”.
As escolhas mais difíceis que fiz, serão aquelas que me darão histórias de Uma Vida!