Que raio de País é este?
Pelo vidro embaciado do carro, espreito para o País que me espera lá fora...um País que, sem duvida, não me acolhe como filho mas apenas como um insecto repugnante que voa sem destino...um País que não se revela em mim e em ninguém, que não se proporciona à grandeza do seu povo...um País que desconfia de mim de ti, de nós e do nosso valor, que me interroga e que me rebaixa...um País frio, gelado, um País sem vida, um País só de ataraxia...
E é este o País que me pertence? O País pelo qual eu luto e pelo qual eu espero? O País que, no fundo, marca a minha passagem nesta vida, o País no qual eu partilho tudo com um mero desconhecido ou com um simples amigo? O País que não é o meu País porque no final o que eu faço e o que todos fazemos é permanecer quedos e mudos...assistindo a destruição do País que construímos e à nossa própria autodestruição...porque com ele, vai um pouco de nós...
Que raio se passa com este meu País?
“Astronauta, você volta e me deixa dar uma volta na nave, passa a chave que eu tô de mudança
Seja bem-vindo, faça o favor
E toma conta do meu computador
Porque eu tô de mala pronta, tô de partida
E a passagem é só de ida
Tô preparado pra decolagem, vou seguir viagem, vou me desconectar
Porque eu já tô de saco cheio e não quero receber nenhum e-mail com notícia dessa merda de lugar” Gabriel do Pensador!