Álcool
por Narciso Santos, em 06.05.19
Ontem quando era um menino irrequieto que me pendurava nos ramos das árvores e me balouçava ao sabor da infância, caía muitas vezes. E magoava-me. Mas não fazia mal. Em casa, a minha mãe curava as minhas feridas com álcool. Ardia, mas curava, garantia-me ela vezes sem conta (o que arde cura, diz o velho ditado).
Hoje, bebo um álcool diferente. Que me faz arder por dentro. Que me queima. Mas infelizmente já não cura as minhas feridas. Tenho saudades de ontem. Porque hoje já faz mal cair. Não há álcool para me curar.