Página da Vida
Se me folheasses saberias que o que escrevo não é apenas uma narração pormenorizada de momentos vividos em horas que se estendem pelo chão da sala. Encontrarias nas minhas páginas esboços mais belos que qualquer poema algum dia publicado por mim.
De pedaços de papel sujos com linhas irregulares, onde habitam monstros e pesadelos aposentados, é feito o local onde te queria levar a passear, é lá onde a minha alma toca ao de leve que me torno mais meigo e me deixo levar pelo “maldito”, que tantas noites já me tirou o sono.
Quem sabe talvez, numa daquelas noites em que os pianos tocam solitárias melodias à luz de trémulas velas, tu poderias pegar na caneta e redigires em mim um poema simples e bonito, onde poucas palavras tomamariam um significado eloquente.
(…)
Anoto mais este apontamento no meu caderno que aguarda pela tua visita.