Pensamos que Somos Grandes, porque não olham o mar? Pelo menos não o olhamos verdadeiramente. O mar é imenso e faz umas melodias eternas, o mar esse elemento da natureza que funciona como o melhor xanax que possa existir e ao mesmo tempo esse mar que aglutinou, aglutina tantas almas... Também porque não olhamos de verdade para o céu? Nunca pensamos na distância das estrelas, quando olhamos para elas. Ontem, a lua estava imensa, branca e redonda, pendurada na minha janela, pelos menos sonho que ela se encontra desta forma, pois já não sei ver a lua... Fiquei com receio que ela resolvesse entrar. Mas nesse instante, pensei...por que raio entraria justamente no meu quarto. Só porque nas noites em que ela me aparece inteira, toda feita de madrepérola, fico a olhar o céu enfeitiçado...só por isso...
Mas tal qual uma Alice no país dos espantos, encantos, maravilhas, fui diminuindo, diminuindo até ficar do meu tamanho. Senti, então, o quanto nada sabemos do mundo ou de coisa alguma. Conhecemos somente as nossas aflições e algumas outras coisinhas que estão à nossa volta. Depois dessa reflexão fácil e simples, veio uma grande vergonha dos meus anseios, vontades e frustrações. Quanto mais eu desejava coisas, mais eu diminuía de tamanho. Fiquei, mesmo, muito pequeno. Tão pequeno, que já não cabiam mais em mim, nos meus próprios sonhos. Dei conta, então, que precisava olhar as coisas do mundo com muita atenção, para não me enganar com os seus tamanhos reais. Fui dormir sabendo que eu era apenas um ser pequeno e aflito que sonhava estrelas e namorava luas…
Queria escrever algo “espacial” algo transcendente e só me ocorre figuras mitológicas, devido a ser fanático por elas e não tendo eu o nome de um dos ex-ocupantes do Olimpo agora de um rio perto de vocês... Mas ocorre-me algo, também Fadas, mais concretamente pó de fadas, sim aquele pó mágico que elas brotam das suas varinhas e conseguem magia... As fadas são minúsculas, dizem são divindades antigas que foram perdendo poderes e diminuindo de tamanho, ao mesmo tempo. Elas fugiram dos quartos das crianças onde viviam antes e refugiaram-se em lugares secretos, deve existir uma aldeia de fadas algures... só me ocorre neste momento a palavra esperança, essa palavra que faz criar, crescer, viver sempre a querer um novo dia; Sim, é a esperança e os sonhos que fazem viver e esperar que o dia seguinte seja mais bonito. TEMOS QUE APANHAR ESSA PALAVRA E VIVÊ-LA, COM FORÇA, TEMOS QUE APOSTAR NISTO, CASO CONTRÁRIO A VIDA FICA SEM COR, sem magia e vai-se diminuindo que nem as fadas até desaparecerem...Por exemplo: "I have a dream" (de M.L.King), quantos sem esperança se agarraram a esta frase como se de Vitaminas tratasse. Não penses nisto como assunto esbatido e mais que esbatido. Isto é o alimento que nos faz correr assim como Tu corres pelos teus sonhos, pelo teu “pó de fada” para com ele fazer magia, nem que seja sacar um sorriso a alguém, sim isto é um acto de magia, pois momentaneamente aquela pessoa, aquele ser foi bocejado pelo teu pó e foi naquele momento feliz, graças ás fadas. Pois qual o objectivo da vida? Nada mais nada menos que espalhar “pó de fadas” por esse mundo fora, SER FELIZ, FAZER ALGUÉM FELIZ...Não é só pó, é algo mais...Custa sempre ver as pessoas de quem gostamos com os braços um pouco caídos. Queremos sempre ajudar mas temos que sonhar, mesmo com feridas e dores, temos que sonhar e acreditar, que o pó de fadas existe de facto. Bom sermos fadas, bom sermos uma aldeia dessas divindades... Bom Serem uma Fada para mim...
Corro atrás do quê? Cada vez escrevo mais, com menos qualidade. Tudo pode ser realizado, mas nada tem qualidade. Sou “obrigado” a vomitar tudo de qualquer maneira. Como qualquer lixo rápido para não perder tempo, corro, tomo banho de cinco minutos para não perder a hora. Durmo pouco e só por dormir. Corro atrás de algo que não existe… ainda. Tudo tem que ficar pronto, nada precisa ficar bom. E, dessa forma, a cidade, os espaços públicos e as relações pessoais se deterioram também. Tudo torna-se uma questão de prática de economia de tempo.
Hoje sou dominado pela eficiência. Faço coisas que às vezes não acredito, não faço coisas que acredito, deixo de fazer coisas que acredito e não acredito ao mesmo tempo, simplesmente deixo de fazer, porque sou preguiçoso, mimado e um puto chorão. Crio embustes para economizar tempo e dou por mim a fazer as coisas no imediatismo e a maior parte delas, coisas sem pensar em um objectivo a longo prazo. Decidi que eu não quero ser eficiente. Quero demorar uma semana para escrever um texto, quero sentar-me à mesa e poder ficar horas na inutilidade completa. Ócio, preciso de ócio. Preciso prestar atenção no vento ou em qualquer coisa que não tenha propósitos eficazes. Preciso prestar atenção em mim para saber o que verdadeiramente quero. Preciso trabalhar em algo que me dê prazer e que tenha um sentido para a construção de uma realidade melhor.
Um exemplo: tenho que escrever este texto para o blog porque é o único espaço em que não preciso de ser eficiente. Foda-se: os meus textos não têm razões práticas. São palavras e só. Eu exijo-me a fazê-los e faço-os porque eu quero e dá-me prazer. E eu, em algumas semanas, repeti textos antigos porque a realidade engole-me e eu não tenho tempo e ao mesmo tempo tenho medo de pensar para onde a minha vida está a levar-me. Como vou escrever um texto bom deste jeito? Esse texto não está bom, como a maioria dos textos que escrevo e escrevi aqui. Eu posso muito mais, todos podem. Mas estamos fodidos e presos nessa eficiência inútil e sem nenhum sentido.
Textos bons equivale a uma boa dose de ócio, logo a uma dose de férias, será que me posso dar ao luxo de tal?
ESCREVO PARA TI...Para que juntos possamos rir das minhas loucuras, sorrir dos meus devaneios, chorar das minhas tristezas e deixar cair as lágrimas que queimam o sorriso nos momentos de alegria intensa...Quero escrever para ti! Há momentos em que me questiono se estarei no caminho certo: Quantos momentos e quantos caminhos? Para uns vale a viagem, para outros a meta...Importa-me saber que chegarei a um porto seguro, mas a jornada deve ser tida em conta. Mais importante chegar ao lugar certo através do caminho errado? Não chegar a lugar nenhum mesmo estando no caminho certo? Não que a normalidade me irrite: intriga-me! Continuo a questionar-me sobre todos os pseudo normais que fingem ter uma vida normal, rir do banal e chorar da dor quando, na realidade (e na escuridão) são movidos pela loucura! Fingir é o que me intriga, porque a loucura pode ser tão saudável se esquecermos que temos de ser normais!Porque hoje é um bom dia para começar a ser louco...Um dia, como todos os outros, mas que eu resolvi seria diferente! Assim sendo, hoje é o meu dia: um novo começo, uma nova luz, um novo olhar...Basta acreditar! E eu, eu acredito, cada vez mais, que “a beleza da vida está nos olhos que quem vê”…